sábado, 6 de junho de 2009

REFLEXÕES A CERCA DO “aborto”

A meu ver um tema tão delicado não deve ser tratado com tanto emocionalismo, por isso mesmo , tentarei não ser nem dogmático nem moralista .
Se o que está em discursão é a vida , a primeira coisa que deveríamos eliminar do mundo (MASCULINO) seria a FOME e o ALCOLISMO , estes dois fenômenos matam mais que o aborto. Se aborto é visto como crime, tabu medo ou palavrão, isto muito se deve ao fato de o SEXO , (ação sem a qual não haveria aborto ) ter sido tratado por muito tempo como algo impuro e condenável.
È que informação sobre sexo , nunca foi campo das igrejas, que toda vez que dele (SEXO) falam , é para trata-lo como um pecado abominável aos olhos de DEUS.
Não sei quem é pior para tratar do assunto , se as Igrejas ou a Ciência : a medicina trata-o enquanto doença; a Psiquiatria enquanto loucura e as religiões enquanto pecado . O pior de tudo é que a Escola , instituição que deveria tratar da educação sexual do jovem , trata a questão de forma simplória , como se a única função fosse meramente reprodutiva, assim,
com ou sem a permissão do Estado ou da Igreja , o aborto vai continuar ocorrendo e, a maioria das vitimas continuarão sendo de mulheres pobres que sem o apoio das famílias e sem dinheiro, tomarão o caminho da clandestinidade e a manchete dos jornais, enquanto hipócritas de todas as categorias vão continuar se apoderando do útero feminino , sem consultar as mulheres, donas deste instrumento de discursão e teses .
Antes de julgar ou condenar alguém pela pratica de aborto, talvez fosse mais inteligente tentar entender as razões que levam a tal pratica; tenho certeza que se as instituições que querem se apoderar do útero das mulheres resolvessem discutir a sexualidade humana sem falso moralismo e sem a dogmatização do fato , reduziriam em muito , a morte de fetos e mulheres pobres por esse mundo afora. O problema é que sexo não poderia ser tratado enquanto pecado , doença , loucura ou coisa pior . È preciso encarar sexo como algo prazeroso e que dá sentido à vida é preciso estar disposto a pelo menos aceitar a possibilidade de que o outro talvez, possa ter razão.

Mario Marcelo R. da Costa